Lagoftalmo Paralítico

É uma condição patológica em que, após ocorrer um quadro de paralisia facial, o músculo orbicular dos olhos fica enfraquecido ou mesmo paralisado e isto determina alterações funcionais tanto na pálpebra superior como na inferior. A causa da paralisia facial pode estar localizada tanto no sistema nervoso central como no sistema nervoso periférico, sendo a causa mais frequente a paralisia de Bell, que é periférica.

O quadro de paralisia facial quando acomete a pálpebra superior manifesta-se pela não oclusão do globo ocular e não lubrificação adequada da córnea, determinando cuidados intensivos para que não ocorram úlceras nesta importante estrutura ocular.

Em decorrência da redução completa ou parcial da inervação do músculo  orbicular, a pálpebra inferior perde sustentação e se afasta do globo ocular inferiormente. Esta queda expõe o branco do olho, a conjuntiva palpebral que é rosea-avermelhada e afasta o puctum lacrimal do globo ocular (vide a fotografia). A perda de contato do punctum com o globo leva ao lacrimejamento contínuo, que tecnicamente se chama epífora.

Lagoftalmo Paralítico

Nos casos em que não ocorre a reversão do quadro neurológico da paralisia facial, poderá ser necessária a realização de procedimentos cirúrgicos em ambas as pálpebras.

Os procedimentos cirúrgicos que podem ser utilizados, dependem da intensidade do lagoftalmo paralítico e visam devolver estabilidade à pálpebra inferior. Assim, pode-se realizar desde uma cantopexia simples até uma cantoplastia; associadas ou não a procedimentos que encurtam a pálpebra inferior horizontalmente. Em geral, estas cirurgias reestabelecem a posição normal da pálpebra inferior.

Na pálpebra superior o procedimento mais comumente realizado é a colocação de um peso de ouro cirúrgico junto à placa tarsal auxiliando a oclusão palpebral.

Procedimentos realizados nas duas pálpebras auxiliam tanto na aparência como na função das pálpebras, cujas funções principais são proteger o globo ocular e lubrificar a córnea.