Enxerto de Gordura

O volume de gordura na face pode estar diminuído em decorrência do envelhecimento, do emagrecimento e do uso de medicações específicas como as presentes no coquetel anti-retroviral utilizado por portadores da Sd. da Imunodeficiência Adquirida. Entretanto a quantidade de gordura na face pode também estar reduzida em indivíduos normais, sendo, portanto, constitucional ou em portadores de doenças genéticas como as lipodistrofias faciais (Sd. de Parry-Romberg, Microssomia Hemifacial, Treacher-Collins, entre outras).

Assim, o enxerto de gordura estruturado na face é o procedimento que melhor trata esta perda volumétrica. Trata-se de cirurgia de médio porte em que a gordura do abdome e de outras regiões é aspirada empregando-se uma cânula fina (2,0 a 2,5 mm de diâmetro), a gordura é então centrifugada e retorna ao paciente como um grande concentrado de células de gordura entremeadas por células tronco. A centrifugação elimina quase que por completo o sangue, o anestésico empregado e também o óleo que se forma na obtenção da gordura, com o vai e vem da cânula. Após a centrifugação, a gordura com mínimo resíduo de sangue e solução anestésica, é transferida – enxertada – na face utilizando-se microcânulas de 0,9 a 1,4 mm de diâmetro.

Esta cirurgia é realizada sob anestesia local com sedação e em regime ambulatorial – day hospital – isto é, não há necessidade de pernoitar no hospital. Mais de uma cirurgia pode ser necessária para se alcançar o resultado desejado, uma vêz que nem todas as células de gordura enxertadas no(a) paciente sobrevivem e a morte destas células resulta, clinicamente, em uma redução volumétrica do efeito alcançado com a cirurgia. Assim, faz parte de todo enxerto de gordura uma redução de volume que ocorre mais marcadamente no primeiro mês de cirurgia e que tende a estabilizar com 3 a 6 meses. Caso um novo enxerto de gordura seja necessário, este deverá ser realizado após decorridos 6 meses do enxerto prévio, salvo situações específicas.